Gigante da tecnologia, conhecida mundialmente e usado pela maioria da população mundial. A Intel planeja cortar cerca de 10 mil funcionários globalmente em uma tentativa de reduzir custos e recuperar-se financeiramente após quedas significativas nos lucros e perda de participação no mercado nos últimos trimestres.
Embora a empresa não tenha confirmado oficialmente as demissões, a Bloomberg relatou na terça-feira (30) que obteve informações confiáveis sobre a decisão.
A gigante dos semicondutores tem enfrentado desafios para acompanhar a crescente demanda por componentes relacionados à inteligência artificial, enquanto concorrentes como AMD e NVIDIA têm conquistado parcelas significativas do mercado. Desde 2021, a Intel tem registrado uma queda constante em seus números.
Apesar da situação não ser considerada uma crise, o CEO Pat Gelsinger está implementando medidas para restaurar a competitividade da empresa. Entre essas medidas estão a retomada da capacidade de fabricação da Intel para atender clientes externos, maiores investimentos em tecnologias avançadas como a EUV High-NA e a expansão para novos mercados.
Demissões são passo para financiamento
Para viabilizar esses planos, a Intel precisa reduzir seu quadro de funcionários. Atualmente, a empresa emprega cerca de 110 mil pessoas em todo o mundo, e o corte de 10 mil funcionários representaria aproximadamente 10% do total, resultando em uma economia de US$ 10 bilhões até 2025.
O mercado reagiu positivamente à possibilidade dessa estratégia, com as ações da Intel subindo 1,8%. Caso o plano se concretize, ele pode revitalizar o mercado financeiro e ajudar a recuperar o valor das ações da Intel, que registram uma queda acumulada de 40% em 2024.
Com a redução de custos e a valorização de mercado, Gelsinger espera obter os recursos necessários para impulsionar seus planos e recolocar a Intel em um caminho de crescimento, visando também atrair mais investimentos.
Demissões em massa
Essa não é a primeira vez que a Intel realiza demissões em massa. Em 2022, a empresa anunciou um plano de redução de custos que incluía “ações de recursos humanos” para atingir a meta de reduzir despesas em US$ 3 bilhões até 2023, resultando na demissão de 5% dos 131.900 funcionários na época.
Desde então, a Intel continuou a reduzir sua folha de pagamento, dispensando trabalhadores em áreas consideradas “não-críticas”. Agora, quase um ano depois, o número de funcionários está em 110 mil, com uma nova onda de demissões prevista.
Espera-se que a Intel oficialize as demissões ainda nesta semana, provavelmente na quinta-feira (01), quando divulgará seu novo relatório financeiro. Especialistas projetam que o lucro da empresa permaneça estagnado em relação ao mesmo período do ano passado, com as divisões de Data Center e Inteligência Artificial apresentando uma queda acentuada de 23% nas receitas.