São Paulo – A deputada federal Luiza Erundina (Psol-SP) recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio Libanês, em Brasília (DF), nesta sexta-feira (7). Seu quadro é “estável”, mas ela segue em observação num quarto do hospital, ainda sem previsão de alta.
“Erundina passou bem a noite, saiu da UTI na manhã de hoje e foi transferida para o quarto. Os exames apresentam resultados normais e o quadro se mantém estável. Assim que possível, daremos mais informações”, disse a assessoria da deputada, em nota.
A deputada passou mal durante sessão da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados na última quarta-feira. Enquanto tentava ler seu parecer contra a retirada de pauta do Projeto de Lei (PL) 1156/2021, que obriga o Estado brasileiro a identificar publicamente os lugares onde ocorriam a repressão política durante a ditadura, Erundina foi alvo de piadas e interrupções de deputados bolsonaristas.
Ela sentiu falta de ar, e precisou deixar o plenário da comissão. Logo após, deputados do Psol informaram que Erundina estava internada na UTI.
O episódio causou uma onda de solidariedade a Erundina. Foram inúmeras manifestações de carinho. Ao mesmo tempo, políticos progressistas também se indignaram com as práticas bolsonaristas, que se utilizam do ódio para fazer política.
Aos 89 anos, em seu sétimo mandato consecutivo, ela é a decana – parlamentar mais idosa – da atual legislatura. Também foi a primeira mulher a comandar a prefeitura de São Paulo, em 1988, pelo PT.
Pelas redes sociais, a equipe da deputada agradeceu as mensagens de apoio. “Erundina cada vez melhor! São inúmeras as manifestações de amor e carinho. O afeto é uma ferramenta de luta política!”.
Erundina cada vez melhor! 💜
A deputada Luiza Erundina já saiu da UTI e está no quarto. São inúmeras as manifestações de amor e carinho. O afeto é uma ferramenta de luta política! ✊ pic.twitter.com/CanhdfnqLl— Luiza Erundina (@luizaerundina) June 7, 2024
Deputados pressionam Arthur Lira
A quarta-feira foi marcada por uma série de confusões na Câmara. Durante a tarde, parlamentares quase partiram para as vias de fato, no Conselho de Ética, na sessão que determinou o arquivamento de uma representação contra o deputado federal André Janones (Avante-MG) por suspeita de “rachadinha”.
Após a divulgação do resultado, bolsonaristas provocaram Janones, aos gritos de “rachador” e “covarde”. Ele então reagiu, partindo pra cima de Nikolas Ferreira (PL-MG), trocando insultos e empurrões. Eles ainda se desafiaram para uma briga do lado de fora da Câmara. Erundina participou também dessa sessão, vivenciando o clima tóxico.
No mesmo dia, Nikolas voltou a proferir ataques machistas e transfóbicos em audiência com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, Nikolas Ferreira (PL-MG). O parlamentar virou réu no ano passado por outro episódio de transfobia.
Diante das brigas e baixarias, líderes de diversos partidos querem discutir os casos de violência com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). As confusões devem ser tema da reunião de líderes na próxima terça-feira (11). Ao mesmo tempo, Lira estuda mudanças no regimento para punir deputados reincidentes. Não entanto, o presidente da Casa já deu outras declarações nesse sentido, prometendo impor limites às atitudes dos bolsonaristas, mas nada fez até o momento.