A oposição na Câmara resolveu cobrar explicações do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, sobre a nomeação do delegado da Polícia Federal Thiago Severo de Rezende para um cargo na Europa.
A nomeação causou polêmica por envolver o delegado responsável por mudar o entendimento da PF e indiciar três pessoas por ofensas ao ministro do STF Alexandre de Moraes e familiares no aeroporto de Roma em 2023.
Na quinta-feira (5/6), o deputado bolsonarista Coronel Meira (PL-PE) protocolou um requerimento questionando os critérios da nomeação de Rezende para um cargo na Europol (Agência da União Europeia para Cooperação Policial).
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No requerimento, o parlamentar questiona Lewandowski se há relação da indicação do delegado para o cargo na Europol com a investigação sobre a suposta agressão ao ministro Alexandre de Moraes no aeroporto.
“Causa estranheza, portanto, o recuo da PF com relação ao indiciamento dias após a designação de Thiago Rezende para ocupar cargo na Europol, em Haia”, afirma o parlamentar.
Como mostrou a coluna, Rezende foi designado para o posto em 16 de maio. Dias depois, o delegado mudou o entendimento da própria PF e decidiu indiciar os três suspeitos de ofender Moraes e o filho do ministro em Roma.
Ofensas contra Moraes
Por decisão de Rezende, a PF decidiu indiciar o empresário Roberto Mantovani, a mulher dele, Renata Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta, pelo episódio com supostas ofensas a Moraes no aeroporto de Roma, em julho de 2023.
Em fevereiro de 2024, o então delegado do caso, Hiroshi Sakaki, tinha concluído que houve “injúria real” contra o filho de Moraes, mas não indiciou ninguém com base em instrução da PF que proíbe indiciamento em caso de crimes de menor potencial ofensivo.
O novo delegado do caso, por sua vez, indiciou suspeitos pelo crime de calúnia por acusações de que Moraes “fraudou” as eleições de 2022, com o agravante de ter sido cometida contra funcionário público.